UM BALANÇO
1. O que não esteve mal:
Antes de mais, comece-se pelo óbvio, que é a ressuscitação (em altura delas) do "Cinco Noites, Cinco Filmes", com direito a logo e a publicação informativa que contextualiza a programação e as escolhas. Dois ciclos temáticos, um sobre a adolescência ("O mundo perdido da adolescência" é o título) e outro sobre política ("Filmes sobre o mundo da política", título menos inspirado); No final desta semana, falamos então do primeiro ciclo, que lançou o mote para se exibir filmes como La Journée de la Jupe, com a sempre bela Isabelle Adjani, Let the Right One in e Afterschool. Alguns já lá passaram mas nunca lhes foi permitido dialogar uns com os outros, que é o que os ciclos temáticos fazem pelos filmes. Assim, assistimos às tensões familiares, escolares e sociais contemporâneas da adolescência, pelos olhos de cinco cineastas, o que permite fazer exercícios de comparação entre eles. Comparação que nos deixa perceber como anda o tratamento (ou a representação) da juventude em cinema, se há demagogias, se não há, etc etc.
À excepção do último filme do ciclo, December Boys, os formatos originais foram respeitados, o que não é mau - os actores estão em dado sítio do plano por alguma razão, e ignorar isso é como não passar o filme. Não eram precisos, necessariamente, filmes contemporâneos para explicar a contemporaneidade da adolescência, podia ser interessante fazer um ciclo temático desta natureza mas com a evolução da representação da adolescência (de Zéro de Conduite a Tracey Fragments, escolhas não faltavam), mas saúdo ainda assim a RTP2 por mostrar um mínimo interesse pelos filmes que programa e os situar num tempo, num espaço e numa sociedade.
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